Diário da Clarinha

Clarinha finalmente falou

Acho que nenhum de nós aguentávamos mais de tanta curiosidade para ver você enfim dizer a sua primeira palavra, não que você já não enrolasse a língua mas em geral você apenas dizia "cuncunca" "taqui" e dang-dang". Percebi que enfim você já não mas apenas compreendia o que dizíamos como também repetia, você estava com 1 ano e 4 meses em um dia aparentemente como todos os outros, eu acabava de ter te dado um banho gostoso e estávamos indo deitar, como sempre eu te ninava com uma canção "- Brilha, brilha estrelinha quero ver você brilhar.." e então o papai entrou no quarto e no momento em que parei de cantar para falar com ele ouvimos a sua doce vozinha a cantarolar ritmado  "bia bia... " no momento eu não acreditei, eu e papai nos olhávamos com um sorriso meio em duvida '- será?! será que você estava repetindo a musica.. e você estava filha, e então você passou um tempo ensaiando e de repente você soltou a língua e já dizia titia, papai, vovô, vovó, me da, ta, água... Mas minha filha NADA  se comparou com o momento em que sentadinha na janela enquanto a mamãe se arrumava para ir trabalhar, a vó Leda disse para você chamar "MAMÃEEE" e você disse filha e não só disse como repetiu varias e varias vezes e me chamava e ria pra mim do sofá como se estivesse me perguntando se eu estava feliz por te ouvir me chamar, e depois de você eu já não sei qual o dia mais  feliz da minha vida, eu acho que todos depois que você nasceu. 

Aniversário de 1 aninho Clarinha

Começamos a planejar este, bastante tempo antes dele chegar. Fomos eu e suas madrinhas Tati e Juju em diversos salões procurando o ideal e o tema perfeito, tudo teria que ser a sua cara! 

Mas, como fazer uma festa de 1 ano pra você que expressasse exatamente o que queríamos? O primeiro passo foi descobrir o tema e foi unânime, a "Gata Marie" era perfeita! Pode-se dizer que ela era você, de tão parecida! A festa foi na casa do bisô, onde já se passaram tantas festas e boas estórias, das quais você ainda vai ouvir muito falar. Suas madrinhas, vovó Nani e tia Tania, não poderiam ter sido mais perfeitas! Foram ícones, dos mais importante para o inquestionável sucesso que foi a sua  primeira festa. Filha, ficou tudo tão lindo que é uma pena saber que você não vai conseguir lembrar...

Todos adoraram a festa, papai não descuidou um minuto para que tudo ficasse excelente  e eu não podia estar mais radiante, vendo você ali dançando, linda, completando seu primeiro ano de vida... Eu podendo viver isso cercada das pessoas que nos amam, o suficiente para eu e sua dinda Tati, como boas bobas que somos, nos emocionarmos ao final da festa, porque não dava pra conter a alegria de poder comemorar de um jeitinho tão gostoso o seu primeiro aninho!

                                                                               

Primeiros passos
Aos 9 meses:

O dia havia amanhecido um pouco nublado, mas, o passeio em família já estava combinado e continuava de pé. Então o papai pegou o carro e fomos para a Quinta da Boa Vista. No caminho o sol já saia por entre as núvens, anunciando o lindo dia que teríamos pela frente. Era tanto verde e o dia estava tão gostoso, que papai resolveu alugar uma bicicleta para conhecermos o lugar, mas, ele não aguentou pedalar por muito tempo (risos), então resolvemos caminhar pelo parque, era mais gostoso e menos cansativo para o papai. 

Você mal conseguia ficar em pé direito e já queria sair correndo, ensaiando os seus primeiros passinhos, ainda muito inseguros. Meio cautelosa você segurava a nossa mão, mas quando sentia firmeza se soltava e queria andar sozinha, caia e logo levantava, pronta pra tentar de novo!

Nasceu Maria Clara

10-11-2010

O Dia parecia normal. Mas sabíamos que não era, estávamos contando os minutos aguardando esse momento, imaginando como você seria e com quem iria parecer. As horas caminhavam, fomos para a maternidade acompanhadas,  é claro,  do papai, do vô Ricardo, do Rafael (negohélio) e da dinda Ana Claudia. 

Quando a Dra. Ludmila chegou, deu um medo tão grande, que eu pensei que não ia ter coragem, indo pra sala de cirurgia eu estava tão nervosa que não conseguia pensar em nada... Mas quando eu ouvi o seu choro, parecia que o mundo todo havia ficado em silencio eu só podia ouvir você... Estava ansiosa para te ver. Quando o médico te deitou em meu peito, e você cessou de chorar e asvezes abria os olhos bem apertadinhos com cara de muito braba bastante imcomodada com aquelas luzes todas, pude entender que não havia no mundo um amor tão grande quanto aquele.

Na nossa primeira noite juntas você resmungou bastante e por isso foi fundamental a presença de sua dinda Juliana Ela, apesar de não saber, não estava ali pra me fazer companhia, mas, pra me acalmar, porque eu estava apavorada com a idéia de dormir no hospital! Contudo, cada minutinho, a partir daquele dia, passou a ser em torno de você. Ali eu percebi que nunca mas a vida seria igual.

Você chegou às 19:27, no Hospital Santa Terezinha (Pan-Americano), na Tijuca.

Como tudo começou..

Hoje em dia é engraçado quando de repente sou acometida por essa vontade de escrever, mas sentada aqui no sofá, sempre pensando em nós, olhando a chuva, olhando a nuvem, olhando a lua tentando sair, mostrar sua beleza, foi inevitável pensar quanto é incrível a vida, em pensar que tínhamos apenas 11 anos quando nossos caminhos se cruzaram pela primeira vez, quem diria que aquele menino que eu olhava entre um corredor e outro do mercadinho sentado no caixa era você, quem diria que os nossos caminhos se cruzariam de novo... A vida sempre a vida mostrando o quanto ela pode ser surpreendente, a vida mostrando que faz de nós o que ela quer, e os dias polindo, lapidando, moldando e principalmente mudando a cada um de nós, e o tempo que diante dos meus olhos fez transformar implicância em amizade, amizade em amor e amor em família, numa velocidade espantosa como se quisesse provar que a nós cabe controlar apenas nossos impulsos, em pensar que eu tive medo quando você veio porta a dentro esbaforido me contando que eu tava grávida, em pensar que eu tive medo de não saber ser mãe, de não saber ser esposa e a verdade é que eu ainda não sei se sei ser, mas eu sei que não preciso ter medo eu não estou, mas do que não estar eu não sou sozinha, eu tenho você,eu tenho a nossa filha, que foi o presente mais lindo que Deus nos deu, que me da pena de quem não vê que ela é o nosso casamento que ela é o inteiro de duas metades, as nossas metades, que é só olhar pra ela e ver que somos três, somos um, selados entrelaçados unidos por um só sentimento, e saber e mais que saber poder dizer que sim temos os nosso problemas e as nossas diferenças porque somos real, porque somos verdade, e saber também que o que nos move é esse gostoso desejo de construir dia após dia o nosso e só nosso amanha, porque o nosso amor a nossa estória é nossa, de mais ninguém.